Na manhã da última quarta-feira dia (07/05/2025), foi realizada no plenário da Câmara Municipal uma audiência para discutir a requalificação do viaduto da Rua do Catu, de autoria do vereador Anderson Xará (Progressistas). O evento, que contou com uma palestra sobre o tema ministrada pela secretária Municipal de Obras e Projetos, Maria das Graças, teve o objetivo de fomentar soluções conjuntas para o equipamento público de mobilidade urbana.

No discurso de abertura, o vereador e Presidente da Câmara José Cleto (PSD – Cleto da Banana) destacou o papel democrático da Casa Legislativa em permitir o debate de temas relevantes para o município, como a questão do viaduto. Para o parlamentar, o problema extrapola os âmbitos de trânsito ou infraestrutura. “Esta é uma pauta de mobilidade, de segurança, de desenvolvimento urbano e, acima de tudo, de dignidade para os moradores das redondezas. Sabemos dos riscos, das limitações atuais e dos impactos diretos que a situação tem na vida das pessoas. Por isso, não podemos nos omitir”, declarou.

Em seguida, o vereador Anderson Xará endossou que a discussão sobre o viaduto da Rua do Catu vai além das questões estruturais, envolvendo impactos profundos na vida da população local e no déficit social da região. Segundo ele, a requalificação deve garantir não apenas a segurança e a funcionalidade da estrutura, mas também servir como ponto de partida para a promoção de melhorias urbanas mais amplas. “Essa audiência é importante para que a população se tranquilize com a convicção de que o governo está atento a tomar medidas que minimizem as consequências sociais e urbanas que se instalaram ao redor daquela estrutura”, afirmou.

Na palestra, a secretária Maria das Graças abordou diversos aspectos sobre o viaduto, por meio de uma retomada histórica sobre a construção da estrutura que iniciou em 2004 e foi concluída dois anos depois. Então, tratou sobre o rompimento de trechos da parede lateral do viaduto, ocorrido em abril de 2024. “O desmoronamento parcial da parede do viaduto ocorreu devido ao rompimento da manta geotêxtil. Tal fato foi provocado pela expansão do solo, criando um empuxo significativo nas geomantas”, explicou.

Após comentar sobre a metodologia construtiva que poderá ser utilizada para a manutenção do viaduto, a palestrante sustentou que a opção da demolição envolveria um transtorno maior na operação, com máquinas de grande porte e um intenso volume de caminhões basculantes, além de custos adicionais. “Esse processo também envolve um custo orçamentário muito elevado, pois além de demolir toda a estrutura presente, é preciso urbanizar e requalificar toda a área demolida”, afirmou.

Expressando a satisfação com a intervenção já anunciada pelo Governo do Estado para a requalificação do viaduto da Rua do Catu, o vice-presidente da Câmara e vereador Caio Ramos (Progressistas) ponderou que a audiência ocorreu com a definição prévia da obra, o que representa um avanço importante. No entanto, reforçou o apelo ao Poder Público para que o olhar vá além da estrutura do viaduto e contemple também o seu entorno, marcado por um comércio ativo, residências afetadas desde a construção inicial e a ausência de áreas de lazer e infraestrutura adequada. “Quando chove forte, muitas casas são alagadas, comerciantes são prejudicados, e falta um olhar qualificado do poder público para aquela localidade”, pontuou, acrescentando que o prefeito Gustavo Carmo tem agora a oportunidade de promover uma transformação mais ampla na região, garantindo dignidade aos moradores e comerciantes.

O vereador Gleyser Soares (PV) mencionou o posicionamento já manifestado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em relação ao viaduto da Rua do Catu e afirmou que a população aguarda com expectativa a concretização das intervenções prometidas. Para o parlamentar, a situação do viaduto tem gerado grande desconforto não apenas para os moradores da região imediata, mas também para os habitantes de municípios vizinhos, como Aramari, e para os conjuntos habitacionais e áreas em expansão ao longo da via. “Aquela problemática não afeta somente a Rua do Catu. São muitas pessoas que utilizam aquela região, inclusive em busca de alternativas de mobilidade, como nas proximidades do Senai”, observou.   

Já a vereadora Jaldice Nunes (UB) relatou que, ao passar recentemente pela Rua do Jacaré e Rua do Marechal – localizada nas proximidades do viaduto –, se deparou com crateras e problemas de iluminação. “Imaginem como deve ser terrível andar naquela região à noite, por isso é muito importante estarmos aqui comprometidos com essa causa que é pública”, declarou.

A vereadora Juci Cardoso (PT) ressaltou três pontos centrais em relação ao viaduto da Rua do Catu, destacando inicialmente a pronta atuação do governador Jerônimo Rodrigues, que deverá lançar em breve um novo pacote de obras no município, incluindo a reestruturação do viaduto. Para a parlamentar, trata-se de uma oportunidade não apenas de intervenção estrutural, mas de reparação social, considerando a insatisfação histórica da comunidade com os impactos da obra original. “É a chance de ouvir os moradores, reparar erros e construir um novo caminho de forma participativa”, afirmou.

A parlamentar ainda sugeriu a criação de uma comissão mista, com representantes da Câmara e da população, para acompanhar as tratativas relacionadas à obra, bem como a elaboração de um plano emergencial de mobilidade para o entorno, diante dos relatos constantes de acidentes, assaltos e dificuldades de deslocamento enfrentadas por quem depende daquele trecho para trabalhar ou estudar.

Participação

Na oportunidade de fala concedida à população, Carolina [não consegui o sobrenome], moradora da Rua Marechal Floriano há 48 anos, expressou com indignação e esperança o sentimento de abandono vivido por quem reside no entorno do viaduto, relatando problemas recorrentes como descarte de entulhos, animais mortos, assaltos e ausência de transporte público adequado. Para ela, o desabamento do viaduto foi uma oportunidade de a comunidade finalmente ser ouvida pelo poder público, após décadas de invisibilidade. Também questionou diretamente se haverá um projeto de requalificação e limpeza da área, enfatizando que, sem fiscalização contínua e compromisso com a manutenção, qualquer intervenção será ineficaz. “Eu só queria saber se haverá algum projeto quanto para isso, pois não adiantará requalificar, deixar tudo bonitinho e não ter um olhar fiscalizador”, argumentou.

A secretária Maria das Graças reconheceu a gravidade da situação vivida pelos moradores e a expectativa por uma solução, mas afirmou que ainda não há prazo definido para o início das obras de requalificação do viaduto. Ela explicou que o governo do estado anunciou o projeto há cerca de 15 dias, e que está em andamento a definição de como a execução será realizada — se diretamente pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia ou por meio de convênio com o município.

Por fim, o vereador Anderson Xará apresentou os encaminhamentos da audiência, propondo a criação de uma comissão mista para acompanhar as demandas apresentadas; o diálogo com a Secretaria Municipal de Manutenção para tratar do descarte irregular; o envio das questões de segurança pública ao 4º Batalhão da Polícia Militar e à coordenação da Polícia Civil; e, por último, incentivou a mobilização da comunidade para participar do Orçamento Participativo, que ocorreria naquela mesma noite na Câmara Municipal.

Clique abaixo e confira a íntegra: https://camaradealagoinhas.ba.gov.br/camara-realiza-audiencia-sobre-requalificacao/

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FONTE:

Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas